quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Vivo de novo!!

Hoje me deu vontade de atualizar a MINHA VIDA HC.

Muita coisa aconteceu desde o último post, como eu sempre digo: A vida é uma roda gigante!!

Empregos vieram e se foram, mas o melhor é que voltei a fazer o que mais gosto, tocar minha guitarra, fazer músicas e gravá-las. Esse ano de 2014 foi muito bom para isso, gravamos por conta própria (em casa) nosso quarto CD de estúdio, que vem com o bônus remasterizado do nosso CD Ao VIVO. Quer coisa melhor?

No início do ano de 2014, tentei juntar a galera de novo, mas o Baba já estava tocando com outra banda e o Edgard não tinha tempo nem para respirar por conta do trabalho na produção do MC Sapão. O jeito foi arrumar outros músicos, mais que isso, eu queria outros amigos tocando comigo.

Lembrei do meu velho amigo Cabelinho, meu parceiro de longa data da Taquara que tocou baixo no Pipos Quack Fujão uma banda que o Gralha (ex baterista do 8mm que morreu em um acidente de carro) teve nos anos 90. Na verdade o Cabelinho foi a minha primeira opção na época que montei a banda, pena que ele teve um imprevisto com trabalho e não pode entrar na banda, entrando o Edgard que nunca havia tocado baixo na vida. O que não foi problema algum, mas isso eu já falei em algum post lá atrás. Agora 14 anos depois ele está tendo uma nova oportunidade. Acredito que vai se dar muito bem, só depende dele. Como eu sempre digo pra ele: "Eu não cobro nada que eu sei que você não pode dar!!"

Voltamos a ensaiar como um trio, o Fabio estava mais em São Paulo do que no Rio por causa do trabalho. Por indicação do João do Djangos, apareceu o Leo Magdalena, ótimo baterista e fã de Sublime. O Leo foi aluno do João e morava perto da gente em Jacarepaguá, a empatia foi total. Fizemos alguns ensaios no estúdio Flames Records no Recreio, Eu, Cabelinho e o Leo, o som era bem cru, Punk Rock diretão na orelha, mas realmente faltava as "firulas" do Fabio. Nos últimos ensaios eu já senti que o Leo já não estava na mesma vibe do início e minha intuição não falha, ele falou que ia sair, porque não era muito o tipo de som que ele queria fazer. Vida que segue, a amizade continua.

Por intermédio do Edgard, apareceu o Daniel, que foi baterista do Silvertape. Já estava um tempo sem banda (o que era bom), e com muita vontade de tocar. Nisso o Fabio se juntou a nós de novo. Fizemos um teste como Daniel que mandou muito bem e se mostrou um cara comprometido e gente boa. Posso dizer que as coisas começaram a andar bem depois disso, gravamos o novo disco REI DA RUA que na minha humilde opinião, ficou bom pra caralho. É um discão de Punk Rock, muito bem gravado. E um ótimo resumo desse disco quem escreveu foi o Robertinho vocalista do Resquício, banda de Jacarepaguá. Olha a resenha dele.

Quando a crítica social encontra a delicadeza
Como incomoda ouvir Rei da rua, o novo CD do Oito Milímetros e como é bom ouvir Rei da rua, o novo CD do Oito Milímetros. Estranho? Mas é isso mesmo! Essa deliciosa contradição marca o retorno de uma das mais viscerais bandas da cena carioca. O incômodo se deve ao fato das músicas mexerem em nosso conforto, nosso senso comum e na falsa impressão de que tudo está no seu lugar. E são esses os mesmos motivos que fazem Rei da rua um CD bom de ouvir. Fundamental, diria.
O CD começa com “Briga de Galo”, que denuncia o bizarro entretenimento das rinhas de animais. Esse tipo de barbárie alimenta o duvidoso prazer de ver um dos rivais agonizar ensanguentado, às vezes até a morte. “Faça a sua parte, denuncie!”, nos convoca o vocalista Alemão. A segunda faixa é “Um lugar”, que tem um refrão joia demais: “Eu gosto de ver o nascer e o pôr do sol/ num lugar onde eu possa morar vivo andando nas ruas dessa cidade/ sem saber onde vou chegar”… É uma declaração de amor ao Brasil feita pelo inverso. Esbraveja indignação contra a miséria e a  decadência de um sistema que insiste em nos recusar o que há de mais básico: uma vida simples no nosso lugar.
“Cadáver Cucaracha” é uma ácida ironia sobre um tema que vem marcando as pautas da imprensa no Brasil: os crimes violentos que ocorrem no âmbito familiar. A triste história da baratinha assassinada é contada nos moldes sensacionalistas desse sádico voyerismo jornalístico. Como na velha máxima do “se sangrar vira manchete”, os dramas domésticos se tornam aperitivos da agenda noticiosa e a coitada cucaracha é mais um desses petiscos. No arranjo, o hardcore dá lugar para uma levada jazz que logo cai para o punk-metal. Variações vertiginosas como a trilha sonora de um thriller barato (sem trocadilhos).
“Rei da Rua” dá título ao CD e traz as memórias do tempo em que se vivem as delícias da infância.  Num momento em que as ruas passam a representar ameaça, hostilidade e medo, as lembranças dos pés descalços que erram o chute e perdem as unhas, do dedo cortado na linha de pipa, do corpo suado que corre sem camisa recuperam a imagem das ruas como espaço de sociabilidade. Uma época em que “era mais fácil ser criança”. A faixa “Pratique a paz” é um mantra! A mensagem é simples, e para ouvidos mais sensíveis chega a ser repetitiva, mas ela é mais que pertinente em um mundo ostensivamente ameaçado pela guerra. Repetir o óbvio se faz necessário: “Faça o que quiser não é nada demais/ Somente pratique a paz”. Pratiquemos todos.
“A ficha não cai” é uma das faixas mais delicadas do disco. Dedicada à memória de Alex Gralha, ex-baterista da banda, vítima da brutalidade do trânsito. A homenagem emociona mesmo aqueles que não conheceram o Alex. Nos últimos versos, a mensagem de esperança: “Já me disseram que é para não desanimar/Sei que vai estar no palco quando a festa começar!”. Para os amigos sempre há um lugar especial na vida, nos palcos, no coração. Bonito demais. Em “Preste atenção”, mais uma mensagem com forte carga subjetiva. “Quero te falar de mim/ Preste atenção”, diz o refrão. Os menos apressados que esperarem até o finalzinho da música vão se deliciar com o refrão à capela na doce voz da fofíssima Giulia, filhinha do Alemão.
“Soberba” é uma daquelas letras que tem o poder de falar para cada um de nós. Em algum momento da vida fazemos um balanço sobre nossos vícios e virtudes e, às vezes, as conclusões são lamentáveis: “vivi como um juiz, morrendo como um réu”, diz a letra. Cuidado com a soberba! Eis o recado. E quando parece que a viagem vai mergulhar no caldo da subjetividade, a verdade objetiva salta raivosa na sua cara. Essa é a mensagem de “Eu já conheço a verdade”, última faixa do álbum, uma porrada total. O papo é reto e deixa o recado: “Eu já conheço a verdade/ e é como faca penetrando no meu coração”.
Forte demais? Claro! É o Oito Milímetros em sua mais pura essência. Protesto e crítica, sem perder a delicadeza. Não dá para ficar parado. As músicas sacodem até mesmo os corpos e mentes mais sedentários. Por essas e outras repito: como incomoda ouvir Rei da rua, o novo CD do Oito Milímetros e como é bom ouvir Rei da rua, o novo CD do Oito Milímetros.
Mandou muito bem. Ele realmente ouviu e entendeu esse disco. Fizemos dois shows pouco antes do disco ficar pronto. O primeiro foi no Audio Rebel, foi aqueles shows de lavar a alma, por dois motivos. O primeiro porque eu não subia num palco a bem mais de um ano, e em segundo porque a minha filha mais velha Dominique estava aqui no Rio (ela mora em Santa Mônica, California) e me viu tocar. Essa tarde foi tudo perfeito. Esse é o vídeo de Infrene, uma das músicas que tocamos.
No mês seguinte, em Julho, tocamos no Ajuntamento das Tribos Sk8 Colaborativo, convidados pelo nosso querido amigo de longa data Ayrton. Eles são uma comunidade evangélica jovem e estão criando um espaço onde os jovens podem ter um maior contato com Deus e seus ensinamentos e de quebra podem curtir muito rock n roll e andar de skate. Esse show foi para arrecadar fundos para a construção da pista de skate que estão construindo nos fundos na igreja. Fico feliz de poder participar de ações como essa e colaborar de alguma forma para a construção de algo que vai ser muito bom para outras pessoas. Essas foram algumas fotos que o Alexandre e sua esposa tiraram do nosso show. E o melhor é ter o guitarrista do Biohazard curtindo a foto no Instagram. Essas coisas não tem preço.


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