domingo, 27 de setembro de 2009

Bebe cachaça carai!!!

Durante o tempo em que tocava no T.N.M., quase sempre que saía para os shows ou festinhas da galera, enfiava a cara na cachaça. Cerveja era coisa de luxo, a cachaça subia rápido e deixava geral alegre! Na maioria das vezes o meu parceiro de birita era o Macarrão.

Uma vez fomos num show que ia rolar na Praça Seca, bem ali na praça mesmo. Montaram um palco e eu já tava no grau, já tinha tomado vários rabos de galo. No meio do show do MILÍCIA ARMADA, durante um cover do METALLICA, (lembra? Era minha banda favorita). Resolvi subir no palco pra cantar com os caras, mas não deixaram (bebum sem noção eu) e quando fui pular do palco, errei a passada e quase meti a cara no chão. Graças a alguns sóbrios embaixo eu não me arrebentei todo. O palco era alto pra caralho, sei que o susto foi tão grande, que o efeito do álcool passou imediatamente.

Em Jacarepaguá nessa época fervia de "festivais de bandas". Sempre com as figurinhas carimbadas, MÃO DE ONZE, ZUMBI DO MATO, LOS DJANGOS, MOM'S DEAD, METÁFORAS... e em quase todos, lá estava eu com a minha camisa do SEPULTURA, que diga-se de passagem fedia horrores, não importava se estava limpinha, era só começar a suar, que parecia que tinha esfaquiado um bode.

Num desses festivais, depois do show do MOM'S DEAD, subi no palco durante o intervalo, o microfone estava ligado e gritei com muita vontade uma frase que tinha ouvido na minha fitinha do SEPULTURA. "Pau no cu dos new waves!!!!" O silêncio tomou conta do lugar, todos olhando pra minha cara e eu, mesmo muito bêbado fiquei com muita vergonha!!

Galera do condomínio Gramado, mostrando o carinho pela banda.

Nesse dia o Vinícicius tomou banho de vinho, e na volta pra casa teve que pular o muro porque o portão estava trancado. Inventei uma história pra botar pilha, que todo mundo acreditou. Falei que o Vinícius chegou bêbado em casa e o pai dele estava esperando ele com um cabo de vassoura na mão. E que ele tinha sido espancado, e o pai dele quebrou o cabo da vassoura nas costas dele. Como ele estava muito bêbado, acabou ficando todo ralado na hora de pular o muro, as marcas estavam lá, não tinha como negar. Agora estou aqui desmentindo, depois de 15 anos ou mais. O César nunca bateria no Vinícius. O César sempre foi um paizão.

Numa outra ocasião, eu e o Vínícius estávamos numa festinha na casa de um camarada nosso num condomínio perto da nossa casa. Tudo corria bem... violão, meninas e muita cachaça com refrigerante, a "porradinha" corria solta. Lá pelas tantas o "fodão" aqui entrou numa de tomar um copo daqueles grandes usados pra suco, cheio de 51. Definitivamente, isso não foi uma boa idéia. Depois disso, tudo ficou fora de foco. Nessa época eu estava dando uns pegas numa menina no final da rua, me falaram que ela estava me chamando. Desci a rua muito mal, chegando na casa dela, vomitei muuuuuito no terreno ao lado.

Aquela ali gostava de mim mesmo, depois disso tudo ainda beijou minha boca. Não demorei muito ali, tinha que ir pra casa, afinal, eu estava muito mal. Encontrei com o Naja, o Gralha e o João, batera dos Djangos. E lá fui eu tomar cerveja... sinceramente, já não conseguia mais ficar em pé. O Naja falou pra eu dormir na casa dele, aceitei porque a gente estava na entrada da rua dele.Fui tomar banho, sentei no faso pra tentar dar uma barrigada. Derrepente uma vontade absurda de vomitar. Tentei acertar um ralinho que estava na minha frente, vomitei todo o banheiro e não consegui acertar o bendito ralo. Tomei um banho frio e subi, enquanto ele limpava o banheiro. Putz, esse era meu amigo mesmo.

No segundo andar tinha um beliche, ele falou pra eu dormir embaixo, era mais seguro. Colocou uma caixa de sapatos do meu lado, caso eu quisesse vomitar mais. Quem disse que lembrei da caixa? Só vi aquele janelão aberto, me debrucei e mandei tudo lá pra baixo. E assim foi até de manhã, lá pelas 8 horas resolvi ir pra casa, desci a rua dele igual bolinha de pinball, fui costurando a rua.

Com muito sacrifício consegui chegar em casa. Minha mãe a essa altura, não tinha dormido nada preocupada comigo. Cheguei em casa doido pra deitar, lembro do meu pai parar no corredor e falar: "Ele tá verde!"

Eu não parava de vomitar, tive que ir para o hospital. No taxi, sentei na frente com uma sacola de supermercado no colo, atrás minha mãe fazia o enterrogatório: "Você bebeu?" E eu na maior cara de pau: "Claro que não, foi alguma coisa que eu comi!" Sendo que eu estava fedendo a cachaça, saía pelos poros, e o pior era ter que aturar a cara do taxista, dava pra ler os pensamentos dele: "Que filho da puta, enxeu a cara de cachaça, agora fica mentindo pra mãe!"

Tomei uma injeção e ficou tudo certo. Coitado do Naja, depois ele me contou rindo do estrago que eu fiz na sua casa. Esse era um bom amigo, anos depois morreu assassinado a tiros num buteco na Taquara.

Esse é mais um que vai deixar muita saudade!

4 comentários:

  1. Meu amor, como você era doido!
    Não consigo imaginar você nessas situações (chato do jeito que você é).

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  2. Por isso parei de fumar, por isso só bebo socialmente agora!

    É extremamente desagradável ser inconveniente!

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  3. Caralho...

    Foda a foto...

    Paulinho Negão, Dudu, Tchug, Gustavo Xaxa, Gustavo Ramones, Marcel Zé, Neutro, Paulo, Enéas, ...

    Muito tempo... Se eu não me engano, esse show seria no Maracanãzinho e cancelaram na hora. Partiu maior bonde para a Play House (Praça Seca) todos doidos de cachaça...

    Alemão, vai no orkut desses caras e divulga seu Blog.

    Abraço.

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  4. Reconheci vários na foto também!
    Baba, lembra do Adriano (não era esse o nome?), o cabeludo do lado do Rafael na foto. Eu me lembro que ele não era do Rio.
    Acho que o Rafa também ia adorar esse blog.
    Nessa época eu conhecia essa galera toda em comum com o Fábio e nem imaginava que um dia ia me casar com ele.
    Coisas da vida...

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