quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Jello Biafra / Pennywise

Rio de Janeiro, 09 de Outubro de 2010 terça feira, Teatro Odisséia na Lapa.

Depois de trabalhar o dia todo confesso que não estava muito animado em sair no meio da semana tendo que trabalhar 12 horas no dia seguinte. Depois de falar com vários amigos pelo telefone durante o dia fiquei mais empolgado de ir assistir ao show do lendário Jello Biafra, ex vocalista do Dead Kennedys, uma das minhas bandas de punk hardcore favoritas. Cresci ouvindo bandas como a desse cara, não podia deixar passar essa oportunidade, afinal, já tinha perdido o Ratos de Porão no domingo por falta de comunicação.

Encontrei o Tatá no Downtown às 19 horas, comi um sanduiche e partimos pra Lapa pelo alto da Boa Vista, o trânsito estava muito bom chegamos rápido. É foda porque depois que me casei, minha vida social no circuito underground deu uma boa parada. Já na entrada do "Arco Íris" (calma, quem é do Rio de Janeiro sabe do que estou falando, não é nenhuma casa gay é um clássico barzinho que fica ao lado do Teatro). Chegando já fui recepcionado com o comentário do Bolinho (Copos Sujos). "- Caraca, o cemitério deve estar vazio, só tem dinossauro aqui hoje!" Foi bom rever os amigos das antigas e nesso show o que mais tinha era isso, velhos amigos. Me senti o verdadeiro "AVATAR" depois do comentário do Marcos Bragatto. "Até que enfim em carne e osso, só vejo a sua foto no facebook!" (risos) É, estou precisando mesmo sair da caverna de vez em quando.

Jello Biafra é realmente um showman, sua performance e sua postura no palco é uma coisa absurda e contagiante. Muitas pessoas ali estavam pra ver e ouvir músicas do Dead Kennedys e quando isso acontecia a casa vinha a baixo, uma imagem que vai demorar pra sair da minha cabeça foi quando o baterista começou a puxar no surdo, seguido pelo baixo o que seria California Über Alles. Parecia o caldeirão do diabo, pessoas amontoadas, pra quem via lá de cima era exatamente o que parecia.

Valeu muito ter ido assistir esse show. Cerveja, amigos e hardcore! Que venha agora o Pennywise no dia 04 de Dezembro no Circo Voador.



Pennywise no Circo Voador só podia ser bom. Cheguei no Circo em cima do laço, o André Nitrominds colocou meu nome na porta, só deu tempo de retirar meu ingresso na bilheteria e já rolavam os primeiro acordes do Nitrominds. O show foi muito bom, a galera curtiu muito os shows dos meus amigos.


Minutos depois subiram os gringos. Essa é minha banda favorita desde moleque. Eu não tinha assistido os outros shows que eles fizeram por aqui anos atrás. Ainda tinha o agravante de ser com outro vocalista, confesso que o tal Jim Lindberg não fez a menor falta. O cara que entrou no lugar dele Zoli Teglas (vocalista do Ignite) estava muito pilhado e amarradão em estar ali, resumindo... foi bom pra caralho o show!!

As imagens falam mais que as palavras!!


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terça-feira, 26 de outubro de 2010

Show com o Musica Diablo

Depois desse show do Hangar 110 não fizemos muita coisa relevante, somente alguns pequenos shows em pequenas casas no Rio de Janeiro. Enquanto estávamos na casa do André Nitrominds ele me mostrou algumas músicas ainda sem vocal de um projeto que ele estava organizando. A idéia era fazer um Thrash Metal como nos anos 80, cru e diretão.

O que veio a se tornar depois o Musica Diablo, agora com Derrick Green vocalista do Sepultura. Nessa época o Breno já não fazia mais parte do 8mm e no seu lugar entrou o Paulinho, um amigo de longa data. Em agosto de 2010 fizemos um show no HEAVY DUTY bar, na lendária Rua Ceará, na praça da Bandeira. O show estava bem vazio, mas nos rendeu mais na frente a abertura no Mello Tênis Clube do show do Musica Diablo.



Esse foi o segundo show com o Paulinho no baixo, fizemos bem o dever de casa, o show foi redondo, o entrosamento foi rápido.





As vendas do cd estão muito fracas, pelo menos aqui no Rio de Janeiro, sinceramento acho muito difícil a gente gravar um disco inteiro de novo. Estamos pra fechar um esquema que parece ser muito bom, com uma produtora de São Paulo, que um grande amigo está montando, mas hoje em dia é pé no chão, procuro não criar muita espectativa.

Dia 22 de Outubro comemoramos 10 anos de estrada num show em Jacarepaguá. Espaço TNQ no Tanque, já fazia um tempão que não tocávamos em JPA e foi muito legal, a galera curtiu muito o show!

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Voltando ao Hangar 110

Fomos convidados pelo André (Nitrominds) pra abrir o show de lançamento do CD que eles estavam lançando no Hangar 110. Já tínhamos tocado lá numa outra ocasião com o "Noção de nada", mas o show tinha sido bem caído, e esse prometia. Alugamos um celta 1.0 e partimos pra São Paulo, 5 cabeças dentro de um celta rumo a Sampa. Chegamos lá o tempo estava virando, e prometia muita chuva. O legal dessas viagens é sempre rever os amigos. Fomos a primeira banda a subir no palco, fizemos o nosso clássico show "pirú de anão" curto e grosso!

Logo depois veio o Agrotóxico com um som pesadão, punkão nervoso, eu ainda não tinha visto ao vivo e me surpreendeu. Quem fechou a noite foram nossos amigos do Nitrominds, show impecável e muita energia. O Edu (baterista) é show à parte, muito veloz e preciso.

A gente estava no camarim, bebendo cerveja e trocando idéia, me dei conta que estava num pico onde todas as bandas underground querem tocar, com meus camaradas, mais o Jão guitarra do R.D.P. Um cara que sou fã desde moleque.

Depois do show fomos dormir na casa do André (Nitrominds), lá ele mostrou as bases que tinha gravado num projeto novo que ele estava montando, não tinha nem vocal. As bases eram de Thrash Metal dos anos 80, cheio de riffs... No dia seguinte um domingo tinha mais um show no Hocus Pocus em São José dos Campos. Lugar bacana, galera bem receptiva, muito bom. Fizemos um bate e volta, saímos de lá direto para o Rio, 4 horas de viagem e chegamos no bagaço, mas de alma lavada.

sábado, 31 de julho de 2010

Mais mudanças

O tempo passava rápido e alguns integrantes já não estavam com a mesma pegada, o que é bem normal. A banda ia parando, parando, e ninguém fazia nada pra mudar aquela situação. Falei com Fabio que a banda ia acabar, e que eu não estava mais afim de correr atrás de tudo sozinho. Decidi por um FIM no 8mm e montar uma outra banda.

Juntei uma galera pra fazer um som, o nome da banda seria SK8CORE. Formação: Eu no vocal e guitarra, Bruno na bateria, Zé na guitarra e Júnior no baixo. Fizemos alguns ensaios, mas não havia muito sentido naquilo. Montar outra banda, começar do zero, quando tínhamos todo um repertório pronto, discos lançados e uma turnê na Europa na bagagem, era até burrice da minha parte.

O Júnior não ficou na banda e o Baba entrou no lugar do Bruno na bateria, o Zé foi tocar baixo e o Fabio com a guitarra. Assim continuava o 8mm, com nova formação e gás renovado! Marcamos um show no Audio Rebel (RJ), quando subimos no palco, lá fora jogaram um coquetel molotov no portão. Quando íamos dar o primeiro acorde, entra o Pedro um dos donos da casa correndo pedindo pra desligar tudo que a polícia estava chegando. Coisas do underground, só nos restou ir para o bar beber!














Esse foi o primeiro show do Baba na bateria do 8mm.

Fizemos bastante shows com essa formação. Depois de um ano e alguns meses o Davi assumiu o baixo e o Zé foi tocar guitarra. Já não me lembro porque o Zé saiu da banda e o Davi estava tatuando direto e não tinha mais tempo de ensaiar e fazer shows. Foi por indicação do Zé que apareceu o Breno pra tocar baixo e parecia que tínhamos firmado uma boa base com o Baba, o Fabio e Eu.





O Breno entrou pra banda, se não me falha a memória em 2008. Era sangue novo, cheio de vontade de tocar e marcar shows, começou a colecionar baixos, tinha um mais foda que o outro! Entramos num rítimo de ensaios forte, um disco novo estava quase todo escrito e a cara da banda estava mudando. Decidimos baixar a afinação e tocar mais pesado, seguindo uma linha de hardcore NY...

Ótimo evento, ótimo local, mas...

Tem coisas que eu não entendo, nos convidaram pra tocar nesse evento FACTORY. O organizador fez uma bela divulgação, a festa prometia... mas no dia ficou bem vazio. Uma estrutura legal pras bandas, dois ambientes, grafiteiros... Mas era no Rio de Janeiro na lona da Ilha Governador, se essa festa tivesse acontecido em SP, com certeza a história seria outra.


Foto do show na lona cultural Renato Russo na Ilha , festa Factory.



Teatro Suassuna na Barra da Tijuca, Sarau de um colégio que não lembro o nome. Nos convidaram pra participar desse evento, e confesso que fiquei um tanto inclinado a recusar o convite, só tocaram bandas de moleques e o público na grande maioria seria de pais, avós, tios... e o nosso som nunca esteve tão pesado, e definitivamente, não era o público que gostamos de encarar.

Esse foi um show que me surpreedeu, tanto pela qualidade do som e estrutura, quanto pela receptividade das pessoas que estavam lá, vendemos muitas camisas e cd's. Antes de começar a barulheira, tentei explicar para os "leigos" qual era a proposta da banda. Que pra quem nunca tinha visto um show de hardcore aquela seria uma boa oportunidade, e que tudo que era falado nas letras, inclusive os palavrões não era gratuito. Que a gente só falava o que muitos ali tinham vontade de gritar, num momento de raiva. No intervalo de cada música eu via nos rostos de muitos pais a cumplicidade que eu tanto queria. E os aplausos vieram, eu acho que foram os aplausos mais sinceros que recebemos.

Os comprimetos no fim do show fecharam com chave de ouro uma noite muito inusitada!



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domingo, 14 de março de 2010

Memórias.

[Devido a falta de tempo por causa do meu trabalho, está bem difícil atualizar sempre esse blog, por incrível que pareça, quanto mais eu chego perto dos dias de hoje, mais fica difícil de lembrar as coisas. Foram muitas histórias, muitas aventuras. Acabei de abrir uma cerveja estúpidamente gelada, e vou tentar lembrar de coisas que fizeram parte da minha vida e que vou guardar pra sempre no meu coração. Sejam bem vindos!]



No dia 12 de Maio de 2002 fomos convidados pra tocar num dos melhores eventos realizados em Volta Redonda, Rio de Janeiro. Uma ótima estruta e as bandas tratadas com muito respeito. O Freak Show deixou saudades, é uma pena que tenha acabado. Era um evento que juntava facilmente de 2 a 3 mil pessoas por evento. Um ótimo palco com iluminação profissional. Ficava fácil fazer um bom show!! Nesse show tocamos com a banda Mandril, que tinha no vocal o "famoso" Piu Piu. Esse rapaz era ou ainda é, sei lá, adépto da urinoterapia. Bebia mijo mesmo, quentinho saído direto da fonte. Nesse evento ele encheu um copo de urina durante o show, na frente de todo mundo, e bebeu tudo sem deixar uma gota se quer. O legal era ver a cara de nojo do público. No final do show perguntei porque ela fazia aquilo. Ele tentou dar a explicação, mas não convenceu. Aí, fiz outra pergunta.

- Você já parou pra pensar, que se seu organismo está jogando fora é porque não presta?

Ele ficou me olhando com a cara de quem não tem uma resposa plausível. Mas fora isso é um cara muito gente boa (risos)

Nesse mesmo show, apareceram 3 meninas que estavam fazendo a alegria da rapaziada, elas estavam sempre dando beijinhos na boca entre elas. Alguém colocou as três no palco durante o show do Mandril e depois que o Piu Piu bebeu o xixi, quis dar bitoca nas meninas, elas fugiram é claro. No camarim o assédio continuou, tava todo mundo doido pra dar beijinhos triplos ou quadruplos nas três ninfetas. Pedi e ganhei, o guitarrista do Mandril pediu e NÃO ganhou. (risos)

Acho que por isso ele ficou chateado e fez o que melhor sabe fazer, inventar histórias. História essa, que gerou um grande mal estar. O cara teve a cara de pau de inventar que eu tinha beijado o organizador do evento, e espalhou pra todo mundo isso, a ponto do oraganizador do evento me perguntar porque EU inventei aquela história. Enfim, tive que contar a outra invenção desse rapaz pra que ele entendesse que quem invendou toda essa história foi guitarrista do Mandril.

O Jason tinha saído em turnê pela Europa, e no final o baterista não voltou com o resto da banda, pronto. Foi o suficiente para nosso amigo "Monteiro Lobato" inventar que o baterista do Jason conheceu um travesti, se apaixonou e ficou por lá. E a verdade era que ele havia conhecido uma espanhola que convidou ele pra passar uma temporada com ela. Resumindo, o cara é pior que Forrest Gump.

Não lembro o nome do fotógrafo, mas ele foi muito feliz nessa foto. Na foto ele conseguiu pegar exatamente o momento em que estou na ar com a guitarra. Essa foto virou capa de cd e cartazes.




No ano seguinte, fomos convidados pra fazer um pocket show na FNAC do Barra Shopping/RJ. Foi uma experiência um tanto inusitada! O Rodrigo já estava na banda, e a FNAC é uma livraria que vende cd's, ou seria o contrário? Não importa. Falaram que deveríamos fazer um show curto e que não poderíamos tocar "tão alto". Só que isso é uma missão quase impossível pra gente, não porque fazemos por querer, mas quando percebemos o som já está no talo. E pra piorar, eu resolvi tocar guitarra também! Eram 3 guitarras berrando, num pequeno palco dentro de um café de uma livraria. Os velhinhos que costumavam tomar seus cafezinhos lendo suas revistas, não conseguiam se concentrar, e a molecada começou a agitar no recinto deixando os seguranças doidos, foi muito legal.



Tomei tanto choque na boca, por estar tocando a guitarra que tive que largar minha putinha (apelido carinhoso da minha Epiphone). Esse dia foi bem divertido.





Com o disco nas lojas, convidei o Gustavo Caldas que já havia feito o clipe de P.N.C. na época que eu estava no Cabeçudos. Além de ser um ótimo diretor, virou um grande amigo. Ele deu a idéia de fazer o vídeo com fotografias (motion picture) e ficou muito bom. Esse clipe passou algumas vezes na MTV, mas como não tinha um jabá da gravadora, não deu em nada. É bem estranho passar na rua e se ver na TV dentro de uma loja de eletrodomésticos. Um cara que ajudou muito a gente nessa época foi o Leandro, dono do estúdio ELAM. Foi ele que emprestou todo o equipamento usado na gravação do clipe, e o Tatá um outro grande brother foi quem levou tudo na sua super Dakota.






Essas fotos foram do show de lançamento do nosso disco ao vivo no ELAM, estúdio onde tudo começou. O Leandro convidou a gente pra fechar a noite num evento beneficente, pra ação da cidadania, onde foram recolhidos mais de uma tonelada de alimentos. Aproveitamos pra fazer o show de lançamento do CD ao vivo, gravado lá mesmo.



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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Mudanças na formação.

Depois do show com o Sepultura no Canecão (RJ), decidi parar de tocar guitarra. Eu queria mais liberdade no palco, e pelo fato de tocar guitarra e cantar me sentia muito preso. Eu nunca gostei muito daquela coisa estática, de músicos parados na frente do pedestal. E foi logo depois disso, que entrou o nosso amigo Rodrigo.




O Rodrigo é um cara muito engraçado, era diversão garantida nas viagens da banda. Uma vez o Pessoal do Primos da Cida convidou o 8mm pra tocar em Londrina com eles. pra aproveitar marcamos um show no Hangar 110 (SP) com o Noção de Nada numa sexta, no sábado fomos para Cornélio Procópio (PR), e no domingo, tocamos em Londrina.

O show do Hangar foi bem fraco, não pela atuação da banda, mas pelo o evento em si, estava bem vazio. Mas valeu porque acabamos encontrando uma molecada que estava no último show que fizemos em São Paulo, no Morrison Bar com o Rumbora e o Primos da Cida, foi nesse show que firmamos uma amizade.



No dia seguinte (sábado) lá fomos nós pra Cornélio Procópio interior do Paraná, quem arrumou esse show também foi o pessoal do Primos da Cida.



O Lugar do show era muito bacana. Lá fora uma fila dava volta no quarteirão. Os caras tem muita moral por lá. Em Londrina a cidade deles e as cidades ao redor eles são bem conhecidos. O Rodrigo depois de beber várias cervejas catou duas gordinhas (uma de cada vez) bem esquisitas, e ele jurava que eram "gatinhas". É foda a gente até tenta tirar o amigo dessa situação, o problema é ele não querer sair.

Depois do show entramos numa van e fomos para um hotel em Londrina. Sobrou pra mim, não deixar o motorista da van dormir enquanto dirigia de Cornélio Procópia até Londrina, o cara foi batendo cabeça até lá, mas não dormiu. Chegamos no hotel por volta das 7 horas da manhã, já na hora do café. O Davi encheu a caneca dele de oncinha (pinga) e mandou pra dentro. O pior foi ter que ver a cena bizarra do Rodrigo correndo pelado, só de cachecol pelos corredores do hotel. Foi tosco, mas foi engraçado.

O tempo que esse doido ficou na banda rendeu boas histórias. Uma vez fomos tocar num encontro de motociclistas no interior do Rio de Janeiro, e o nosso querido amigo Rodrigo teve o dom de pegar a filha do coveiro da cidade. Pra se ter uma idéia, a "criança" tinha uma perna menor que a outra, os olhos eram um pra cada lado no estilo do Mantena (personagem do desenho He-man). O rapaz beijava a "criatura" como se fosse a única e melhor mulher do mundo. Você acha que ele ligava? Não estava nem aí. O importante (pra ele) é beijar na boca e ser feliz!

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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Mucho Gusto.

Em 2006 lançamos esse disco chamado de Mucho Gusto. Na verdade não tenho muita coisa pra falar, as letras são bem explícitas. Cada letra desse disco é uma fase na minha vida, que graças a Deus passou!





O erro.

Pense bem no que faz,
nunca vire as costas sem olhar pra traz.
O que aconteceu?
Regou demais a planta a raíz apodreceu?
Já não consegue lembrar,
levante essa cabeça e crie forças pra lutar.
Não precisa chorar,
guarde suas lágrimas pois tudo vai passar.

A vida é mesmo assim, tudo o que eu quero é o melhor pra mim,
a gente aprende a mudar, o erro só existe pra que possa acertar.

Eu só queria te dizer,
que a gente aprende muito com a palavra sofrer
ou o sentimento que traz,
alguma coisa oposta ao da palavra paz.
Não sei se dá pra entender,
talvez eu ainda não saiba explicar pra você,
mas pra mim tanto faz,
se não está comigo já não importa mais.

A vida é mesmo assim, o que é um mar de rosas pra você não é pra mim,
a gente aprende a mudar, o erro só existe pra que possa acertar.


Revolta num dia cinza.

Revolta por perder alguém que se gosta e não volta mais.
Por quê que os dias têm que ser assim, tão cinza?
A dor cravada no meu peito e a saudade continua,
como um punhal que fere e atravessa o meu coração.
Eu não consigo aceitar!!!
Revolta por perder alguém que se gosta e não volta mais
Por quê que os dias têm que ser assim...
Tão cinza.

Infrene.

Quando alguma coisa der errado,
quando tudo for por água abaixo,
ao olhar pro lado e se ver só.
Isso eu não aceito!!
Quem sabe um dia você possa me escutar...
Assim eu sigo infrene se tiver que ser será,
não sou inconsequente e sei que posso te mostrar,
que diferenças são capazes de fazer sorrir,
ou até mesmo podem te fazer chorar.
Não adianta, saiba que eu não vou desistir,
pois felizmente ainda não pago taxas pra sonhar!

Já não me sinto só,
sinto ao saber que tudo virou pó.
Mais nada pra dizer,
pois meu coração já estava cansado de sofrer.


Mágico de Oz.

Quantas vezes esperei o telefone tocar...
Quantas vezes eu não vi o sol ir embora e a chuva cair...
Quantas vezes me peguei pensando em você...
Durante muito tempo a tristeza me impediu de sorrir!

Quem é que vai cuidar de nós?
E onde é que vive esse tal Mágico de Oz?

O telefone tocou e não era a sua voz.
Solidão nos faz sentir assim, com um vazio no peito.
Também preciso de coragem pra enfrentar
e na cabeça algo disposto a não pensar,
só tentar esquecer.
Quem é que vai cuidar de nós?
E onde é que vive esse tal Mágico de Oz?

Até queria sorrir, eu não consigo mais,
já não preciso voltar, tudo ficou pra traz.


Mucho Gusto.

O que fazer se já não temos pra onde ir?
E sem saber se o certo seria fugir.
Pra onde vou se não tenho mais pra onde correr.
Mucho Gusto!! Não preciso de você!

Minha cabeça dói e eu quero descansar.
Somente um dia após o outro pode me ajudar.
Te dei a mão, o coração e as asas pra voar.
Eu sei que o céu ainda me espera!

Mas não consigo voltar ao céu,
porque minhas asas foram feitas antes no papel
e colocadas com cuidado em cima da minha pele.
Será ferido todo aquele que com ferro fere,
as atitudes são medidas por boa conduta,
não quero ser como você que nunca nada muda.
O meu caminho eu vou seguindo sem me preocupar,
quando chegar a minha hora eu sei que vou voltar!!


Soberba.

Tudo bem, enquanto estamos por cima como anjos olhando os mortais,
sem pesarmos os prós e os contras, como crianças num faz de conta.
Como vou saber se é o certo, mesmo que minha vida seja um livro aberto
e algumas páginas estejam sempre em branco
acredite, eu só estou sendo franco.

Eu não queria que acabasse assim
quem vai curar minhas asas e fazer algo por mim?
Ao me deixar subir ao céu, vivi como um juiz, morrendo como um réu.
Prisão perpétua no meu peito e eu não vou te libertar!
A imagem e semelhança só reforçam as lembranças que um dia só me fez chorar.
O céu está em festa e aqui ninguém lembra de mim.
Se ainda não deu certo é porque não chegou ao fim.
Bateram as portas na minha cara e eu não tive como entrar.

Amor é coisa rara quem tiver deixa passar.


Por quê tudo tem que ser assim?

Tem dias em que nada dá certo, tudo se perde, nada se ganha.
O amanhã hoje, me parece tão longe e a tempestade não parece passar.
A superfície vista de baixo é tão distante, que já não dá pra alcançar.
Quero respirar, quero encher meus pulmões de ar,
mas a pressão me impede de subir.
E esse vazio que preenche meu coração,
é um vazio que enche e consome,
que invade minha vida como um monstro com fome pronto pra atacar.

Me sinto preso, me sinto... só.

Tu és o que me tira o sono,
como é triste esse abandono
quero um afago nessa solidão.
Não quero me sentir tão isolado,
é que a saudade mora ao lado
e maltrata esse meu coração.
Você é o que entrou na minha veia,
a maldita de uma sereia
que vicia meu ouvido são.

Por quê tudo tem que ser assim?
Vem pra perto de mim, que eu só quero paz!

Na estrada que nos leva a perfeição,
existe a bifurcação e foi ali que eu perdi meu par.
Quem sabe os caminhos se encontram
e eu te veja bem no ponto de partida que deixei pra traz.
Saudade que se aninha no meu peito,
talvez seja meu defeito e por isso eu não vivo em paz.

Por quê tudo tem que ser assim?
Vem pra perto de mim que eu só quero paz!


Pensando em você.

Talvez eu nunca tenha dito pra você,
a verdadeira falta que você me faz.
O tempo passa e eu fico doido pra te ver,
mas nem todo dia eu serei capaz,
de estar contigo até o dia amanhecer
por esses desencontros que a vida traz.
Minhas orações são sempre pra te protejer
e a cada dia eu te amo mais.
Filha você é a melhor coisa na minha vida,
é a razão pela qual eu ainda não desisti.
Sei que um dia você vai entender seu pai,
sempre que precisar estarei por aqui.
Serei sempre a ti um amigo fiel
na cumplicidade de um simples sorrir,
mesmo que sintas o amargo do féu, suas vitórias eu vou aplaudir de pé...

Nunca duvide desse amor, mais puro e sincero é impossível de ser
aqui ou ali, seja onde for, tudo o que eu faço é pensando em você.


Meu caminho.

Eu já cansei de rastejar
pois esse chão ele é áspero demais
eu não sei onde eu vou chegar.
Agora chega!! Eu não me humilho nunca mais!
Por isso eu sigo meu caminho e acredito que eu posso ser feliz.
O que é meu está guardado com carinho, pode ter certeza,
eu sigo sempre o meu coração.

Senti saudades de um tempo que passou
e aquelas fotos na gaveta a me chamar
recordações, isso foi só o que me restou
o tempo corre e eu já não posso mais parar.
Por isso eu sigo meu caminho e acredito que eu posso ser feliz
o que é meu está guardado com carinho pode ter certeza,
eu sigo sempre o meu coração.

Eu aprendi que não preciso mais sofrer,
quero que entenda que o que eu fiz foi sem saber.
Hoje estou livre e já consigo me alegrar
sempre adiante, em linha reta sem parar.
O meu caminho eu vou seguindo sem olhar pra traz
É, eu sei, é assim que se faz.
Estou tranquilo, sigo em frente, e sei que sou capaz,
pois meu caminho com certeza vai de encontro a paz.


Pratique a paz!

Faça o fizer, não é nada demais
somente pratique a paz
pense pra frente nunca olhe pra traz
somente pratique a paz
Dê a mão a quem precisa
um ombro amigo canaliza tudo de melhor que traz

Pratique a paz, pratique a paz.


Fuga.

Não chore se não for valer a pena
só chore se você já não aguenta mais
seja você mesmo sem ao menos se importar
com o que os outros vão dizer
com o que os outros vão pensar
Quero fugir, mas será que vale a pena?
Posso fugir, mas eu não vou me entregar jamais.


Ilha Grande.

Na tranquilidade de um lugar,
tão belo que nem dá pra imaginar
de onde estou eu vejo a barca passar
mas o melhor é o barulho do mar

Não dá vontade de ir embora nunca mais
se eu fico aqui arrumo um barco e o resto tanto faz
os seus problemas se resolvem mesmo num instante
um paraíso, essa ilha é realmente grande.

É o lugar perfeito pra
se estar com alguém
que se gosta e que tanto se quer bem
eu vi o mar engolir o sol e a lua cheia a brilhar
nas ruas de Abrãao, confesso que não dá...

Não dá vontade de ir embora nunca mais
se eu fico aqui arrumo um barco e o resto tanto faz
os seus problemas se resolvem mesmo num instante
um paraíso, essa ilha é realmente grande


Num sorriso.

Me dê o ar da graça, estou aqui, me abraça.
Pra que eu possa sentir seu calor,
pra que eu possa ver de perto o sorriso de uma flor.

Um olhar a brilhar num sorriso transparente,
não consigo controlar, isso é tão diferente.
A saudade que eu sinto nem consigo explicar,
de um abraço, de um sorriso, que eu nem cheguei a dar.

Você me faz tão bem,
apareceu na minha vida como um anjo.
Não fala nada e vem, me diga se algum dia eu estava nos seus planos?

Gosto de estar junto, isso é fato
mesmo que depois da vírgula tenha espaço e você ache engraçado eu colar as
palavras.
Assim como nós, não quero que elas fiquem separadas e que juntas formem
uma família linda chamada...
Poesia!

Carolina você tem o sorriso que
eu sempre procurei, que bom que eu te encontrei.


Uma vida em um dia.

Não saberia explicar, tudo o que aconteceu
mas o melhor é acreditar na graça de um sorisso seu.
Tudo o que não havia feito, ou que há muito não fazia
resumido na alegria de uma vida em um dia.

Eu quero ter você pra mim,
esquecer o que passou e nunca mais pensar em fim.
Se é poesia eu não sei,
saiba que eu tentei,
descrever pra ti o que senti.
A paz que hoje encontrei, é verdadeira eu sei
quero o que for melhor pra mim e assim vai ser,
você vai ver.

Fui muito longe procurar a luz
que estava dentro dos seus olhos azuis
só você me traz a paz que há muito
tempo eu não sentia.
Alegria, companhia, amizade, parceria,
quero ter pra sempre o que pedi pra Deus um dia.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Tocando com o Sepultura.

Durante toda a turnê pela Europa a gente já estava tocando músicas novas, músicas essas que já davam sinal de mudanças na banda. Eram músicas mais rápidas, hardcore mais preciso e coeso, diferente dos punkrocks do primeiro CD.

Depois que a minha filha nasceu, em 2000, a minha relação com a mãe dela já não estava muito boa, tínhamos muitos problemas no relacionamento e isso me causava muita angústia. Minha válvula de escape eram as músicas que eu estava escrevendo, ali eu depositava todos os meus pensamentos e sentimentos.

Quando estamos passando por uma fase assim, nada mais importa... o planeta pode acabar, a economia pode ruir, a água pode secar... a única coisa que você realmente quer, é parar de sentir aquela "dor". Quando fui pra Europa Eu e ela não estávamos nem nos falando. Ligava pra falar com a minha filha e sentia um nó na garganta ouvindo aquele "bebê" pedindo pra eu voltar logo, porque os gatinhos já estavam crescendo. Isso foi a única coisa ruim em estar longe.

Boa parte do repertório do novo disco já estava pronto e fomos experimentando essas novas músicas na Europa. E algo me dizia que a gente faria um puta disco.

Quando voltamos para o Brasil, o João Paulo (dono do selo) me ligou perguntando se a gente queria tocar com o Sepultura no Canecão.

- Óbvio que queremos!!

Depois de uma dezena de telefonemas, tudo acertado com a produção do Sepultura, lá fomos nós realizar um dos tantos sonhos de roqueiro.



Estava tudo dando muito certo pra gente, turnê bem sucedida, bons shows na volta, era só alegria.

Tirando uns roadies da equipe do Sepultura que eram um monte de babacas (parecia até que eles eram os artistas), correu tudo às mil maravilhas. O pessoal do Sayowa, a outra banda de abertura, emprestou os amplificadores pra gente com a maior boa vontade. Subimos no palco pra tocar nosso punkrock hardcore e vimos aquela massa de camisas pretas gritando... Sepultura!! Sepultura!! Na minha cabeça eu também estava doido pra terminar nosso show pra ver do palco os caras tocando.

Depois desse show decidi parar de tocar guitarra e colocar um guitarrista. Me senti muito preso, o palco grandão e eu querendo correr, agitar e não podia por causa da guitarra e o microfone.

Mas foi realmente um grande show pra gente. É muito bom quando subimos no palco com uma estrutura profissional de show, com técnico de som, luz e roadies.

E a minha vida pessoal continuava um caos, e as músicas iam surgindo aos montes!

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quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Burn Berlin Burn.

Acredito que o melhor show de toda a turnê foi o de Berlin.

Berlin me pareceu muito com São Paulo, cidade muito grande com prédios altos. O local do show se chamava "La Casa", um prédio bacana, com estrutura de Bar e dormitórios e o bom e velho totó ou pebolim como preferir. Demos uma volta por Berlim, entramos num brechó e escutamos umas pessoas conversando em português, a gente já não aguentava mais ouvir tanto alemão e escutar algo tão familiar foi muito estranho, nos aproximamos e descobrimos que eram jornalistas do JB fazendo a cobertura das eleições que estava acontecendo na alemanha. Do nada o márcio pulou no pescoço de um dos caras, muito feliz em conversar com brasileiros novamente. Convidamos eles para o show e fomos embora.



Nesse show tocamos com o ZSK, uma banda alemã com fortes influências de Rancid.





Apenas duas bandas, muita cerveja e punkrock nas pick ups. Durante nosso show tinha sempre algumas pessoas que gritavam "Toca mais uma!" com um sotaque estranho. Perguntei se tinha brasileiro no meio da galera e descobri que eram alemães que aprenderam português e estavam lá pra curtir o show.

Dá gosto de ver a estrutura que as bandas undergrounds tem lá, tanto pra show, como pra merchandising. O ZSK abriu uma mala com um arsenal de cd's, camisas, adesivos e botons, muito legal. Eles é que eu achei que eram um tanto marrentos, não poderia deixar de comentar. Foi a primeira e única impressão que ficou.





Gostaria muito de lembrar e de ter os cartazes de todos os shows, mas infelizmente não foi possível juntar todos. Selecionei algumas imagens da aventura que foi essa turnê pela Europa.



Toda a galera reunida na casa da Claudia. Bons amigos que fizemos , somos muito gratos pela acolhida e a ótima recepção que tivemos.



Hotdog alemão, apenas um pãozinho pra segurar a linguiça que por sinal é muito boa!





Alguns lugares foram muito bons de tocar e outros bem ruins, esse foi um dos bem ruins. A casa que o nosso show estava agendado, fechou pra reformas e o cara que marcou as datas conseguiu esse lugar de última hora. O som era horrível, o lugar era feio, mas mesmo assim nos divertimos muito. Mais uma vez a banda se dividiu na hora de ter um lugar pra dormir. Eu fiquei com o Márcio e a Susi na casa do cara que armou o show, e o resto da galera dormiu na casa de um cara que era amigo do cara que organizou o show, deu pra entender?

Só que os caras eram um tanto estranhos, segundo relatos dos meus colegas de banda, as músicas que tocavam na "festinha" que fizeram eram de gosto muito duvidoso. Coisas do tipo: "I will survive" fizeram parte do repertório, bom... é melhor eu nem me estender porque vou acabar comprometendo alguns amigos que beberam demais!!








Com a Susi, nossa motorista, guia turistico e amiga. Uma paradinha para um café antes de ir para a Holanda. Esse foi um ótimo passeio.



















Essa foto tiramos assim que chegamos na Holanda, numa cidadezinha chamada Vaals.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

República Tcheca, só derrota!

Em meio a toda aquela confusão de ter que voltar pra Alemanha, e ter feito um show ruim e não ter encontrado o local do segundo show, fomos num supermercado. Estacionamos a van no sub-solo do mercado e subimos pra comprar mantimentos.

Entramos e enquanto pegávamos os produtos, percebemos que estavam nos observando, podia até parecer paranóia, mas não era. Mais uma vez estava acontecendo uma coisa que eu só tinha visto em filmes. Skinheads, é isso mesmo, carecas de suspensórios e tatuagens nazistas.

O Davi nosso baterista estava de moicano e chamava uma certa atenção, ainda mais num supermercado, e o Márcio com aquele cabelo pintado de vermelho e com a maior cara de latino doido também era alvo dos olhares. Eu só tinha visto uns dois skinheads por ali, e eles ficavam encarando o Márcio e o Davi, falando umas coisas que pelo tom posso até tentar adivinhar o que era. Um deles parecia muito alterado no celular, e esbravejava e gesticulava muito.

O Márcio ficou meio que cara a cara com um deles e mandou tomar no cu e um "Vai se fuder!!" no bom e claro português. Eu assistia a tudo meio que sem ser notado, acho que por ser muito branco não chamei a atenção dos caras. Quando as compras já estavam no caixa, nosso querido baterista resolve acender um cigarro dentro do mercado. A essa altura já não eram só dois, nem sei de onde brotou tanto careca, rapidamente um deles tratou de chamar um segurança pra colocar o Davi pra fora do mercado. Só Deus sabe o que poderia ter acontecido com o magrelo se o segurança não tivesse um pingo de bom senso.



Quem viu o filme "Selvagens da noite" pode ter uma idéia de como a gente teve que correr, os caras além de serem muito grandes, estavam com pedaços de pau. Como numa operação suicída corremos pra dentro da van com os caras na nossa cola, só via neguinho pulando pra dentro da van e a Susi arrancou cantando pneu, saindo em desparada. Muita adrenalina para um dia só!

Mas a gente ainda tinha que sair da República Tcheca, e eu não estava nos meus melhores dias, estava com muita dor no corpo e febre, acho que fiquei muito gripado por ter dormido na van naquele frio da porra. O Edgard voltou com o pessoal do Hijackers, a banda que abria os shows pra gente na turnê. E o resto, inclusive eu, fomos voltar na nossa van. No caminho passamos perto de Praga e a Mary mulher do Fabio nosso guitarrista, encheu o saco pra gente parar e tirar fotos. Eu estava me sentindo tão mal que não queria nem sair da van, e estava doido pra voltar pra Alemanha logo. Mas pensando bem foi até bom a gente ter parado, conheci um lugar lindo. A tal ponte de praga, os teatros, as contruções, são realmente impressionantes. Depois de um longo passeio a pé, e com a maior vontade de deitar no chão, voltamos pra van.


Essa foi umas das fotos que tirei em Praga, esse crucifixo tem vários detalhes dourados, muito bonito.

Deixamos a galera na tal cancela que entramos, e dessa vez eu como estava muito mal, fui com a Susi pela fronteira "legal". Quando chegamos fomos abordados, descemos da van, e um guarda falou comigo e não entendi nada, a Susi mais uma vez veio me socorrer, ele queria que abrisse a porta da van. Coitado, meteu a mão na maçaneta, quando correu a porta, ele libertou nada mais, nada menos que "O FEDOR DO INFERNO!!" A essa altura do campeonato a gente já nem sentia mais cheiro de nada, mas o guarda sentiu. Imagina aí, ar puro, derrepente um fedor horrível, quando ele sentiu aquele cheiro a reação dele foi muito engraçada. O guarda abaixou a cabeça e deu um sopro forte, como quem sente o cheiro de um peido muito fedido. Devia estar fedendo muito mesmo, pra ele fazer aquela cara. Pediram meu passaporte e o visto, apresentei os dois e ficou uma dúvida, como eu estava "saindo", sem ter "entrado"?

Como eu havia entrado com o resto da galera pela ruazinha com a cancela, não carimbei o meu visto. Isso deu uma merda, mas depois de muito desenrolo, finalmente fomos liberados, afinal, ninguém queria aquela van fedorenta parada ali muito tempo, concorda?

Pegamos o resto da galera e voltamos pra nossa querida Alemanha.

Continua...

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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

8mm na Europa, a saga continua.

Depois do primeiro show viajamos tanto de VAN que nem sei qual foi o segundo lugar que tocamos. Como eu disse anteriormente a nossa van não tinha bancos na parte de trás e nem janelas, dependendo do horário era bem quente viajar lá atrás. A essa altura o Márcio nosso técnico de som, roadie, e outras coisas mais, estava meio que namorando a Susi a nossa motorista, então o lugarzinho lá na frente ao lado dela como co-piloto, quase sempre era dele. Vou fazer um resumo de alguns shows que fizemos.



Nesse show, tocamos num pub que ficava no subterrâneo, tipo um porão. O teto era bem baixo, se pulasse no palco batia com a cabeça no teto. Esse pub ficava dentro de um campus universitário. Durante o show tivemos alguns problemas com uns punks que entraram numa de boicotar, porque nosso disco foi lançado pela Universal Music, enfim... Sabe como é cabeça de punk. Mas no fim tudo acabou bem, e até compraram o cd.





O lugar era bem quente, mas foi divertido. Quando chegamos fomos jantar, e nos serviram um rango muuuuuito apimentado, eu gostaria de saber porque eles comem tanta pimenta? Eu já estava num ponto de chorar toda vez que ia ao banheiro, porque a pimenta não arde só na boca quando entra, ela arde pra sair também. Muitas lágrimas rolaram na Alemanha.




Esse é o cartaz do show mais tosco que fizemos, o lugar era irado. Era um esquema de um "teatro" com um bar e dormitórios no segundo andar. E o legal é que o governo mantinha esse local como um centro cultural. O Fabio, Davi, Groba e Daniel, foram ao show do NOFX e Bouncing Souls, como eu estava muito cansado e sem grana preferi ficar com o Edgard nesse local onde a gente ia dormir pra fazer o show no dia seguinte.

O show foi bizarro, na tarde do evento, inventei de fazer uma tatuagem, queria ter uma recordação da viagem. Passei a tarde toda com o braço para o alto, tomando agulhada. Antes do show, enchi a cara, bebi mesmo além da conta. Tanto que até caí no palco, e a tinta da tattoo escorria pelo meu braço. O tatuador, que não lembro o nome, me pegou pelo braço no final do show me levou para o banheiro e limpou a tatuagem toda, com o cuidado de quem fez uma "obra de arte".






Eu estava igual a um mendigo, precisava fazer a barba e cortar o cabelo, eu acho que era dia da "AÇÃO GLOBAL" lá na Alemanha, porque apareceu um maluquinho que cortou o cabelo de geral lá. Puta merda, Edgard de moicano... sem comentário.

Estava tão quente na Alemanha que eu só andava sem camisa, e bebia o dia inteiro. Esse lance de camisa preta pra manter visual não é comigo, prefiro o estilo laje de morro.



Depois fomos tocar na República Tcheca, a gente tinha dois shows pra fazer lá. Tiramos o visto aqui no Brasil, tudo certinho. Na hora de entrar, acabamos passando a pé por uma ruazinha com uma cancela que divide os dois países. Pouco antes de atravessar para o lado Tcheco, resolvemos parar nuns telefones públicos pra falar com a família. O Davi ainda estava no telefone quando a polícia chegou, e chegou de bicho mesmo. Abordando e revistando geral!

Eram uns 3 carros e na caçamba haviam alguns cachorros que pareciam estar com muita vontade de morder uns brasileiros, acho que por causa do nosso "tempero". E o davi no telefone, falando com o pai, solta a seguite frase: "Pai, tenho que desligar que a polícia chegou!" e desligou na cara do coroa, imagina como ficou o velho do outro lado da linha.

Os policiais queriam, porque queriam colocar os cachorros dentro da nossa van pra cheirar as coisas a procura de drogas. Porra, foi sinistro. Pensando bem, acho que deveria ter deixado o cachorro entrar, com certeza o mesmo iria a óbito, como diz o meu querido vizinho aqui.

Achamos um colchão num lixão e colocamos dentro da van pra ficar mais macio, só que isso só contribuiu para o mau cheiro que já estava, por conta de tênis e meias sujas, cerveja que derramou e cigarro.

Então, entramos na República Tcheca pela cancela que estava levantada e sem nenhum guarda, tudo isso depois de uma bela dura da polícia alemã. Como a nossa van não tinha bancos não poderímos passar pela fronteira "legal" do país, não na van daquele jeito. Então o Márcio deu a volta com a Susi de van e esperamos eles nessa rua depois que atravessamos a fronteira a pé. Já era noite quando eles chegaram, o lugar era bem estranho, perecia cenário de filme de terror, e a temperatura estava caindo bastante. Seguimos até o local do show, e descobrimos que não era muito legal. Tocamos pra meia dúzia de cachaceiros.



Nessa noite acabamos dormindo no palco, sacos de dormir e colchonetes espalhados pelo palco e foi ali que passamos a noite, alguns bebuns se recusaram a ir embora e também ficaram por ali. Eu tratei de grudar minha bunda na parede e dormi. O Márcio passou a noite em claro, depois que viu um cara barbudo chupando o pau do outro na madrugada, bem do seu lado. Ele falou que ficou com muito medo do cara querer fazer amor com ele também. De manhã descobrimos que tinha um dormitório com camas arrumadinhas pra gente. Uma boa comunicação é primordial! Já dizia o nosso velho gerreiro: "Quem não se comunica, se trumbica!"

A República Tcheca pra gente foi só derrota, o segundo show não conseguimos nem encontrar o local, acabamos indo parar numa casa onde estava tocando o Chumbawamba.



Depois da decepção e sem ter onde ficar, algum punk maluco sugeriu da gente ficar no squater onde ele "morava". Sem sacanagem nenhuma, foi a pior noite da minha vida!!
Era uma casa velha no alto de uma colina, um ótimo cenário para um filme de Stephen King. Não tinha luz e o frio já estava de rachar, lá dentro parecia ter muitos ratos e não tive coragem de ficar no chão. Corri pra van e me acomodei, fedia, mas não corria o risco de levar uma mordida de rato na madrugada. o Edgard veio atrás e se acomodou também, o resto da galera ficou lá dentro. Acho que foi a pior escolha que fiz na minha vida.

Na madrugada a van virou um freezer, sabe quando uma cerveja está muito gelada e chega a ficar "suada", a van estava assim por dentro. E uma tempestade de chuva e vento começou. Os meus ossos doiam de tanto frio, eu não conseguia dormir, e pra piorar, bateu uma vontade absurda de mijar. Tive que sair. Tentei colocar o pau pra fora mas estava muito frio e o bicho encolheu, tive mesmo que sair. Essa foi a noite mais longa da minha vida. Não gosto nem de lembrar. O Edgard? Dormiu tranquilamente enfiado até a cabeça num saco de dormir!

República Tcheca, continua...

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