sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Tocando com o Sepultura.

Durante toda a turnê pela Europa a gente já estava tocando músicas novas, músicas essas que já davam sinal de mudanças na banda. Eram músicas mais rápidas, hardcore mais preciso e coeso, diferente dos punkrocks do primeiro CD.

Depois que a minha filha nasceu, em 2000, a minha relação com a mãe dela já não estava muito boa, tínhamos muitos problemas no relacionamento e isso me causava muita angústia. Minha válvula de escape eram as músicas que eu estava escrevendo, ali eu depositava todos os meus pensamentos e sentimentos.

Quando estamos passando por uma fase assim, nada mais importa... o planeta pode acabar, a economia pode ruir, a água pode secar... a única coisa que você realmente quer, é parar de sentir aquela "dor". Quando fui pra Europa Eu e ela não estávamos nem nos falando. Ligava pra falar com a minha filha e sentia um nó na garganta ouvindo aquele "bebê" pedindo pra eu voltar logo, porque os gatinhos já estavam crescendo. Isso foi a única coisa ruim em estar longe.

Boa parte do repertório do novo disco já estava pronto e fomos experimentando essas novas músicas na Europa. E algo me dizia que a gente faria um puta disco.

Quando voltamos para o Brasil, o João Paulo (dono do selo) me ligou perguntando se a gente queria tocar com o Sepultura no Canecão.

- Óbvio que queremos!!

Depois de uma dezena de telefonemas, tudo acertado com a produção do Sepultura, lá fomos nós realizar um dos tantos sonhos de roqueiro.



Estava tudo dando muito certo pra gente, turnê bem sucedida, bons shows na volta, era só alegria.

Tirando uns roadies da equipe do Sepultura que eram um monte de babacas (parecia até que eles eram os artistas), correu tudo às mil maravilhas. O pessoal do Sayowa, a outra banda de abertura, emprestou os amplificadores pra gente com a maior boa vontade. Subimos no palco pra tocar nosso punkrock hardcore e vimos aquela massa de camisas pretas gritando... Sepultura!! Sepultura!! Na minha cabeça eu também estava doido pra terminar nosso show pra ver do palco os caras tocando.

Depois desse show decidi parar de tocar guitarra e colocar um guitarrista. Me senti muito preso, o palco grandão e eu querendo correr, agitar e não podia por causa da guitarra e o microfone.

Mas foi realmente um grande show pra gente. É muito bom quando subimos no palco com uma estrutura profissional de show, com técnico de som, luz e roadies.

E a minha vida pessoal continuava um caos, e as músicas iam surgindo aos montes!

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